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ENTREVISTA | IVA SOARES - A COMUNICAÇÃO DO FILME ECLIPSE EM PORTUGAL

Regularmente irei fazer entrevistas para o blog. A temática andará sempre à volta da comunicação e dos media.  Para começar a série de entrevistas, conversei com uma amiga e colega da rádio que é também a responsável pela comunicação do filme Eclipse em Portugal (ver AQUI critica). Ela é a Iva Soares e trabalha na área da assessoria tendo a sua própria 'empresa', a Fab Comunicações.
Quando surgiu o interesse pela comunicação?
Desde pequena que dizia que queria ser jornalista, precisamente, porque comunicar era o que mais queria, dar a conhecer, contar histórias/estórias. E foi o único curso ao qual concorri no ensino superior. Ao terceiro ano, ainda bacharelato, decidi jornalismo para licenciatura mas a verdade é que à parte do estágio na Rádio Renascença, nunca exerci jornalismo e desde que terminei o curso acabei sempre por estar ligada ao marketing e comunicação. Portanto, por instinto a comunicação na área do marketing foi tomando conta da minha vida.

"Comunicar para mim é dar a conhecer aos outros. Seja uma história de vida, um acontecimento ou um projeto/produto. Comunicar faz parte do nosso dia a dia e eu vivo profissionalmente da comunicação, do mostrar aos outros projetos meus e de outros também"


Trabalhas com vários músicos... E o meio é cada vez mais fechado. Como é que se divulga/comunica música?

Infelizmente no nosso país tudo está cada vez mais fechado, não só a música mas como todas as áreas da cultura//arte. Se por um lado o ser músico se tornou banal com a facilidade em gravar um disco e tocar ao vivo, ao mesmo tempo se tornou mais fechado para quem quer e deve entrar num rol restrito ou como muitos lhe chamam “elite”. E comunicar os vários tipos de projeto é saber analisar e posicionar o produto que se tem em mãos. Eu acho que quem é bom permanece, quem não o é tem a sua validade.
 Agora és a responsável pela comunicação do filme Eclipse em Portugal. Como surgiu a oportunidade?
Foi bastante curiosa a forma como surgiu… conheci o produtor e realizador Alexandre Cebrian Valente nas filmagens do videoclipe dos Expensive Soul e uma semana depois estava a entrar no projeto para comunicar o filme que agora já está nas salas de cinema. Foi tudo tão rápido e espontâneo que só depois de estar a trabalhar no projeto é que dei conta que já fazia parte!! 
  

"Na realidade, os nossos cursos são importantes na teoria mas é no terreno que aprendemos o que interessa de facto"


Como se faz a comunicação de um filme? Por onde se começa?
Um plano de comunicação tem de ser pensado antes do projeto estar em marcha. Neste caso de filme, deve ser feito ao mesmo tempo da criação do projeto. No meu caso específico, não comecei a comunicação de raíz, pois quando entrei no projeto já tinha sido apresentado o filme na altura do inicio das filmagens, rodagem do filme. No entanto, houve um período entre a rodagem e a pós-produção no qual o filme não foi comunicado o que permitiu que pegasse no mesmo nessa altura e conjuntamente com o produtor, e alias ajuda primordial do próprio, conseguíssemos em equipa traçar um caminho ou plano de comunicação para apresentação final do filme, ou melhor, apresentação do filme para os cinemas. Conhecer o projeto ao pormenor, estudá-lo, perceber o público-alvo para avaliar parceiros de comunicação e plataformas necessárias para dar a conhecer ao público em geral

Um plano de comunicação é muito detalhada, tudo tem de ser pensado e tido em conta. Como é que conseguiste num curto prazo de tempo montar esta grande estratégia de comunicação?
Com ajuda fundamental do produtor e realizador do filme que tem uma experiência na área brutal e o qual me ensinou e ajudou a por em pratica tudo o que já sabia e fui aprendendo e desenrascando. Na realidade, os nossos cursos são importantes na teoria mas é no terreno que aprendemos o que interessa de facto. E com um projeto destes em mão não podemos perder tempo com os “planos” que aprendemos a fazer e seguir. Há que os ter em mente e pô-los sempre em prática. Como disse anteriormente, com um estudo forte do projeto, do publico alvo consegue-se concretizar todas as etapas de um plano de comunicação. 

"A maior exigência deve ser connosco e depois com os outros"


Qual foi o maior desafio deste projecto? E a maior dificuldade? 
O maior desafio foi aceitar o projeto porque era a primeira vez na área do cinema e estava a trabalhar logo com o produtor com mais filmes no top 10 dos mais vistos de sempre em Portugal. Só o facto de aceitar era um desafio! A maior dificuldade é gerir a pressão, os tempos apertados para concretizar. Mas faz parte do processo a pressão, o stress e agitação de um projeto desta envergadura. 

Para terminar, para quem ‘sonha’ com o mundo da assessoria, relações públicas, enfim, da comunicação, que conselho dás? 
Ainda sou muito “pequena” para dar conselhos, mas da experiência que tenho, o conselho é arriscar, aceitar e propor-se a desafios. Não se começa lá em cima, começa-se por baixo, por projetos pequenos mas com objetivos crescentes. E nada é sempre “bom”. Há projetos que parecem menos bons mas que nos trazem conhecimentos, há projetos que à partida parecem ótimos mas podem revelar-se pouco apelativos mas todos eles são importantes para o crescimento profissional. Portanto, o conselho é fazer tudo, sem grandes exigências a não ser connosco próprios. A maior exigência deve ser connosco e depois com os outros. É assim que tenho feito e o crescimento está a ser muito bom. Devagar mas a subir

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