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CINEMA | ECLIPSE EM PORTUGAL - O AMOR MATA

Pela primeira vez fui fazer uma reportagem sobre um filme. E não podia ser um início melhor. Antes do filme conversei com alguns dos actores (reportagem para ver no SAPO ON THE HOP e MEO Kanal) sobre as filmagens e todos eles confessaram que as dificuldades foram imensas mas que, apesar disso, o resultado final estava óptimo. Por isso, as minhas expectativas em relação ao filme eram altas.


 A começar logo uma surpresa. O guião não segue a cronologia esperada: crime - prisão - liberdade. A história é in media res, com  várias analepses no decorrer da longa-metragem. Não é algo surpreendente mas esta opção dá mais ritmo ao filme. 
Baseado numa história verídica, o guião tem as doses certas de humor, sem nunca cair no exagero. Um humor muito português com uma série de trocadilhos perversos - daqueles que no nosso dia-a-dia têm sempre um "salvo seja" depois.
E nota 10 para o elenco. Um leque de actores com grande experiência em cinema que deram o seu melhor apesar de todas as dificuldades. E, entre este elenco habituado a estas andanças, um estreante: Pedro Fernandes, que dá corpo à Tó Quim, a personagem principal. Muitos dirão "ah actores não devem ser apresentadores e apresentadores não devem ser actores". Posso concordar, mas não neste caso. Pedro Fernandes desempenhou o papel de Tó Quim como se fizesse da representação carreira. Nem por um momento se nota a falta de experiência no mundo da sétima arte. Nota-se um entrega total ao papel e o resultado final não poderia ser melhor. Já vi muitos actores com CV no IMDB a não serem tão bons e tão profissionais como o Pacheco.
Um dos pormenores mais engraçados do filme é o coro que é constituído por cantores portugueses bem conhecidos (desde Toy até André Sardet passando por David Antunes e Mikkel Solnado). 
A juntar a isto tudo uma banda sonora fantástica. O tema principal é incrivelmente interpretado por FF. 
Nota: 8/10
Se devem ir ver? Sim. Porquê? Porque é um filme português, com um elenco excelente e com um guião de arrancar muitas gargalhadas apesar de toda a tragédia. Um salve ao Alexandre Cebrian Valente porque ter conseguido desconstruir a tragédia e lhe ter acrescentado pitadas de humor sem cair no ridículo (o que é muito difícil porque o ridículo está sempre a um passo).

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