clicar na imagem para ver vídeo |
Quando temos aulas de televisão e treinámos directos nunca nos passa pela cabeça (é melhor dizer "salvo seja", o tema pode dar asas a segundas interpretações) fazer um directo sobre "objectos sexuais de madeira". Acho que depois disso a carreira deste jornalista só pode subir (salvo seja, novamente).
É imperativo fazer uma análise semiótica a este directo. Ora bem, ao longo deste 2 minutos e 48 segundos de jornalismo sexual (oh, belo conceito que inventei agora e que um dia será estudado nas universidades) são usadas expressões e palavras proibidas em trabalhos sobre este tema.
"Peças a causar impacto"
"Fez do engenho, aguçar a arte"
"Desperta, sobretudo, uma grande curiosidade"
"Montar o negócio"
"Não sei o impacto disto"
"Peça feita toda a mão"
"Diversas aplicações"
"Aproveitou a sua experiência"
Estas são algumas expressões. Mas há mais. Primeiro todo o jornalista que se preze explica o contexto. É importante saber que o senhor está no desemprego. Olha estar empregado e fazer isto, era inaceitável. Mas saber que está no desemprego não chega. E por isso o próprio entrevistado (que deve ter algumas noções de jornalismo) contextualiza melhor a situação: "Saiu de uma brincadeira, desde que fui transplantado aos rins". É incrível o que um transplante pode causa. Já se falou em pessoas que morreram, mas pessoas que são transplantadas e que começam a fazer "artefactos de madeira" é inédito.
E terá sucesso este negócio, questionámos. "Pelo menos, em termos de brincadeiras com amigos tem dado resultado", responde. Pronto, ok. Não queremos saber mais detalhes.
Mas mais detalhes é o que o jornalista pede: "Pode fazer uma descrição rápida?". Temi pela descrição. Do mal ao menos o jornalista disse "descrição" e não demonstração.
A rematar, o jornalista sublinha que estes objectos têm diferentes aplicações e que "montar este negócio" pode ser uma forma para sair da crise. Porque entrar, já entrou.
Sem comentários:
Enviar um comentário